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domingo, 28 de dezembro de 2014

Valentina, a guerreira - Porque não ser indiferente

Essa história é complicada, pesada, com fotos que podem ser chocantes, mas é preciso ser contada. É preciso que as pessoas saibam o que a indiferença e a insensibilidade podem fazer. É preciso mostrar também que existem pessoas capazes de tudo para ajudar um outro ser vivo. Não importa se é um ser humano, um cachorro, um gato, uma ave ou outro ser qualquer, o que importa é ter atitude, tentar eliminar ou diminuir o sofrimento do outro. E é disso que vamos falar nessa postagem.

No início de novembro de 2014 uma imagem circulou no facebook, nela aparecia uma gata muito judiada, quase sem pêlos e se arrastando pelo chão. Muitas pessoas viram as fotos, muitas provavelmente viram a gata pessoalmente, muitas ainda a viram bem antes de chegar no estado que estava antes da foto ser tirada e publicada. Ninguém fez nada... Ou melhor, uma pessoa fez, a Anna. Ao ver a foto ela se sensibilizou e pediu para correrem com a gatinha para uma clínica veterinária, e pelo menos isso foi feito. Chegando lá, o quadro era lamentável. A foto, apesar de tudo, não mostrava a situação real da gata: feridas, queimaduras, ossos quebrados, fome, desidratação e infecções.

Fotos que circularam na internet pedindo o resgate da Valentina

O que sabemos sobre o que aconteceu antes daquela foto com a Valentina é que ela entrou no motor de um ônibus, provavelmente para se esconder de algo ou se aquecer, e depois foi atropelada. Perdeu pêlo, pele e teve uma fratura na coluna e ficou paraplégica. Ao que parece ela ficou por alguns dias se arrastando pelo local, as feridas são, provavelmente, por se arrastar no asfalto quente. Não conseguimos parar de nos perguntar: quantas pessoas passaram por ela? Quantas sentiram pena? Quantas poderiam tê-la levado ao veterinário e depois pedido ajuda? Sem dúvida a resposta é: muitas! Mas ninguém se dispôs a ajudar. Até que alguém resolveu tirar uma foto e pedir ajuda. Melhor do que nada? Talvez. Mas e se ninguém ajudasse? E se ninguém se sensibilizasse? Uma foto e nada. A Valentina poderia ter morrido, e com muito sofrimento. Ser vivo nenhum merece isso!

Valentina recebendo os primeiros cuidados na clínica

A Anna não deixou que isso acontecesse. Com a ajuda do Dr. Thiago Augusto Lourenço e da Juliana Moura, foram feitos todos os atendimentos e cuidados iniciais. E a vida da Valentina começou a tomar outro rumo. A Valentina agora tinha uma chance de sobreviver. E tinha quem se importasse e lutasse por ela, sem medo de todo trabalho que pudesse dar. E dá trabalho viu? Nem todo mundo tem coragem de assumir uma responsabilidade assim. Animais assim como a Valentina precisam de cuidados constantes pelo resto da vida. Precisam de cuidados com ração, higiene e podem ter problemas urinários frequentes. No caso da Valentina, ela só faz xixi quando se aperta a bexiga, não é apenas estimular, é apertar mesmo. E para fazer cocô tem que estimular também.

Valentina na casa da tia Anna
De volta à clínica depois de dar um susto na tia Anna
Com a sonda mas já começando a comer sozinha

Depois que a Valentina saiu da clínica, ela foi para a casa da Anna, que vai cuidar dela para sempre. Mas de lá pra cá sofreu uma recaída e teve que ser internada novamente. Não queria comer, teve que colocar sonda para se alimentar e deu um susto imenso em todos os que acompanhavam a história. Mas depois de um período tenso ela voltou a se alimentar sozinha e pode voltar para casa. A Anna diz que é porque ela viu o quanto é amada, querida e especial. Ela não entregou os pontos, é guerreira, e tem uma vontade imensa de viver. Entre todas as coisas as coisas que a Anna nos contou, uma delas, temos certeza, fez a Valentina querer viver: a Valentina ouviu a Anna dizer pra ela que “jamais ela iria voltar pra rua e enfrentar o descaso dos seres humanos”.

Já gordinha, sem feridas e com o pêlo nascendo
Hoje a Valentina está ótima, linda, radiante e até gordinha. Sem anemia, sem infecção, sem feridas e muito amada. Ela ainda não consegue fazer xixi sozinha, mas ela sabe que pode contar com a Anna. E todos nós do Projeto Viva Gato temos muito orgulho de ter a Anna como parceira. E não temos nem como agradecer o que ela fez e faz pela Valentina. Muitas pessoas ajudaram, inclusive financeiramente, e gostaríamos de agradecer a todas! Se a Valentina hoje está viva e bem, é porque nem a Anna, nem o Dr. Thiago, nem a Juliana e nem todos os que se sensibilizaram após o resgate foram indiferentes. Vocês salvaram uma vida. Isso não tem preço.

Se você que está lendo essa postagem quiser ajudar a Valentina, ela precisa muito de patê e sachê. Para doar é só entrar em contato com a gente que repassamos para a Anna.




segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Prestação de Contas - Novembro 2014


Como todos os que nos acompanham sabem, nós passamos por várias mudanças nesses últimos meses, com isso algumas das nossas atividades ficaram sem compartilhamento com vocês que nos ajudam sempre. Com a volta do blog e normalização das atividades pós-turbulência das mudanças, estamos aproveitando esse espaço do blog para nossa prestação de contas. Os dados a seguir são do mês de novembro de 2014. 

Estamos à disposição de vocês e quaisquer dúvidas podem ser sanadas pelo e-mail projetovivagato@gmail.com (Clicando nas figuras vocês poderão visualizá-las em tamanho maior). 

Queremos agradecer de coração à todos que nos ajudam, seja com doações, visitas para afofar os gatinhos ou compartilhamentos de postagens. Sem vocês o Viva Gato não existiria!!! Obrigada!!!



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

É sempre a mesma pergunta...

  • Por que ajudam gatos e não velhinhos no asilo, meninos de rua e crianças com câncer?

Qualquer pessoa que ajuda animais já ouviu essa pergunta, com a gente não foi diferente. Esta pergunta nos chegou por mensagem, de uma pessoa que estava descontente com o nosso ramo de atuação. Sabemos que a falta informação impede que entendam mais sobre a nossa causa, a realidade dos animais e principalmente como isso pode afetar os velhinhos no asilo, as crianças de rua, e as pessoas com câncer. Por incrível que pareça isso acontece e tem uma ligação muito próxima. 

Retirar os animais das ruas, castrar, encaminhar para novos lares, promover o CED e promover educação correta, ajuda a controlar diversas zoonoses que a super população de gatos e outros animais de rua podem transmitir aos velhinhos no asilo, as crianças de rua, e as pessoas com câncer.



Os animais de rua são um problema geralmente ignorado pelos governos, o que acaba fazendo nosso trabalho ser fundamental não só aos velhinhos no asilo, as crianças de rua e as pessoas com câncer, mas também para as pessoas saudáveis e bem dispostas como você.

Ignorar também pode matar (Foto retirada da internet)

Em momento algum ajudamos animais movidos apenas por dó dos bichinhos bonitinhos que não tem casa, é isso também, mas é principalmente pela falta de informação das pessoas sobre o bem estar deles e como isso se reflete diretamente em nossa sociedade, gerando consequências aos velhinhos no asilo, nas crianças de rua e nas pessoas com câncer.

Aprendendo a cuidar e a respeitar uma outra espécie as pessoas aprendem também a enxergar com mais compaixão e humanidade o próximo. Você já se perguntou porque existem os velhinhos no asilo e as crianças de rua? Você já parou para pensar em como nós estamos vivendo em um mundo que nos vê como números? Você não consegue ver relação na falta de humanidade que existe em quem abandona alguém que confia e depende de você, como os velhinhos no asilo, as crianças de rua e os animais abandonados?


O cuidado com os animais reflete diretamente nas nossas atitudes com o próximo. Uma sociedade que trata vidas de cães, gatos e qualquer outro animal com descaso, que não enxerga além das atitudes de agora, que coloca a satisfação pessoal, os prazeres diários acima do bem estar social, naturalmente vai tratar animais e semelhantes apenas como empecilho à sua boa vida. Por isso velhinhos no asilo, crianças de rua e pessoas com câncer continuam existindo e sendo usados apenas como exemplo. 

Ajudar qualquer ser vivo só faz bem (Foto retirada da internet)
Olhar para os animais não é pensar pequeno, é enxergar além do óbvio. Nossa causa não é melhor que as outras, até porque nossas escolhas pessoais fazem parte da forma que a gente consegue lidar melhor com o mundo e com nós mesmos. Por isso  o Viva Gato cuida apenas de gatos, porque este é o melhor que podemos fazer e vamos nos entregar a isso. Queremos dar o nosso melhor e que do nosso trabalho todas as famílias também levem e compartilhem a melhor experiência, porque é nisso que somos bons e é nisto que depositamos todo nosso amor. Fazemos nosso trabalho por afinidade e queremos que todos façam o mesmo, porque cada pessoa é diferente, cada pessoa cuida melhor de cães, ou de gatos, ou cavalos, ou crianças, ou idosos...Independende do que seja o seu melhor, faça! 


E nós fazemos, confiando que você esteja fazendo o mesmo pelos velhinhos no asilo, ou as crianças de rua e as pessoas com câncer. 


Continue fazendo o que você faz de melhor e nós vamos estar aqui torcendo muito por você porque a nossa causa vai ser sempre a mesma: um mundo com mais respeito e amor para todos.